segunda-feira, 5 de julho de 2010

Prejuízo: Motoristas sofrem com as ruas esburacadas

Roberta Cerqueira


“Só tendo pneu de ferro”, revolta-se o funcionário público Luiz Eduardo de Moraes, 55 anos. Ele é apenas um entre os inúmeros motoristas de Salvador que, surpreendidos por um buraco no meio do caminho, tiveram prejuízos e por pouco não sofreram um acidente mais grave em decorrência dos estragos deixados pelas chuvas. Devido ao mau tempo, antigas crateras foram reabertas e novas se formaram em importantes vias da cidade, a exemplo da Avenida Antonio Carlos Magalhães, Luiz Viana (Paralela) e Mário Leal Ferreira (Bonocô).

Na Rua Cônego Pereira, mais conhecida como Sete Portas, deformações já existentes na pista estão ainda mais profundas e arriscadas, ameaçando quem passa no local.

“Por pouco não sofro um acidente. Ao tentar desviar de um buraco, por causa da pista molhada, derrapei e quase subo no meio-fio”, conta o comerciante Fernando da Silva, 39, se referindo a um buraco localizado próximo à entrada dos Dois Leões, no meio da pista, sentido Rótula do Abacaxi.

Ainda na Sete Portas, uma boca-de-lobo destampada por moradores e comerciantes da região, no intuito de ajudar no escoamento da água, ameaça motoristas e pedestres. “Por pouco não caio dentro desse buraco”, relata a estudante Maria Angélica Barbosa, 21.

Cobertos pela água da chuva, muitos buracos se tornam imperceptíveis, principalmente durante a noite, transformando-se em verdadeiras armadilhas para os motoristas, que são obrigados a redobrar a atenção e reduzir a todo instante.

“Estou evitando sair à noite, pois além do risco de cair em um buraco e furar o pneu, ainda corremos o risco de ser assaltados”, lembra o bancário Elizeu Abude, 28.

Na Avenida Paralela, uma enorme cratera se abriu durante o fim de semana e, por se tratar de uma via de fluxo intenso, com velocidade máxima de 80km/h, muitos motoristas não conseguiram evitar os estragos. “Ele (o buraco) estava coberto pela água, eu vinha em velocidade, não consegui desviar e acabei perdendo um pneu”, conta Gilberto de Assis, 35. No domingo, a prefeitura tapou o buraco.

Locais em obras, a exemplo do Imbuí (Canal do Imbuí), a Avenida Bonocô, que passa por recapeamento no asfalto, e Rótula do Abacaxi estão quase intransitáveis em alguns pontos, sendo necessário muito cuidado e, em alguns momentos, verdadeiros malabarismos por parte dos motoristas.

Nas Ruas Jayme Sapolnik e Lúcio Manoel da Hora, no Imbuí, ambas importantes ligações entre este bairro, a Boca do Rio e a orla, a pista está esburacada em diversos pontos, inclusive nas imediações do supermercado Bompreço.

Próximo ao Centro de Convenções, na Rua Professor Manuel Ribeiro, os motoristas também devem ter cautela ao transitar pela via. Em frente a um posto de gasolina, o asfalto cedeu e uma abertura, de quase meio metro, se fez no meio da rua, sentido orla.

Fonte: Tribuna da Bahia.

Volta às aulas e aos engarrafamentos

Maria Rocha


Estudantes retornam às atividades escolares hoje e, com eles, os congestionamentos e a grande movimentação de carros nas proximidades dos principais colégios de Salvador também devem aumentar. O transtorno, em sua maioria, se deve a comportamentos inadequados de condutores que, ao transportarem os filhos para a escola, costumam estacionar o veículo muitas vezes em locais impróprios, obstruindo as vias.

Outro fator que compromete a fluidez é o excesso de condução escolar que para no meio da rua. O rápido recesso chegou ao fim para pelo menos 1,5 milhão de alunos das redes municipais, estaduais e particulares de ensino de todo o território baiano.

Para amenizar o transtorno, as vias que dão acesso aos colégios Antonio Vieira (Garcia); Salesiano (Nazaré); Luiz Vianna (Brotas); Anchieta (Pituba); Girassol (Itaigara); Módulo (Magalhães Neto) e Integral (Pituba) terão apoio da Transalvador das 6 h às 19 horas. O órgão disponibilizou oito viaturas, cinco motos e 22 agentes de trânsito com o objetivo de fiscalizar o comportamento dos motoristas, além do transporte escolar clandestino.

O aviso vai principalmente para os condutores que estacionam os veículos em locais inadequados enquanto levam o filho até o portão da escola e os motoristas de condução escolar que costumam parar o carro no meio da rua, prática bastante comum. Quem não tem a tarefa de levar nenhuma criança à escola, a Transalvador sugere a opção de desviar o caminho e seguir por vias mais livres.

“Não quero nem lembrar da dificuldade de levar meu filho para a escola. Todo dia é a mesma coisa, tenho de deixar o carro bem distante e caminhar até o portão, caso contrário, estarei causando o maior problema. Moramos distante da escola e não temos como caminhar, com chuva então o quadro tende a piorar”, disse a enfermeira Rosângela Santana Santos, 39 anos.

“Não sei que opção nós temos. As escolas têm um volume muito grande de alunos, é certo que nem todos vão de carro particular, mas a quantidade de veículos que transportam os estudantes e ficam parados nas ruas é mais do que suficiente para prejudicar também quem vem para a escola de ônibus.

Agora vai ser essa agonia até o final do ano. A população de Salvador aumentou, as pessoas melhoraram seu poder aquisitivo e compraram carro para facilitar a vida. Mas a cidade, infelizmente, não acompanha este crescimento”, ressaltou José de Alcântara, pai de um aluno de um colégio localizado na Pituba.

Segundo o motorista de transporte Escolar Fábio Assunção, não tem outra opção na hora do desembarque das crianças. “Temos que esperar as crianças desembarcarem e não podemos deixá-las em qualquer lugar. Infelizmente, temos de contar com a paciência das pessoas. Somente no Cabula, eu levo cinco crianças pequenas e não posso exigir que desçam correndo porque estou impedindo a passagem de outros carros”, argumentou.

Conforme a assessoria de comunicação da Transalvador, as linhas de ônibus que foram reduzidas durante o recesso retornam às ruas também hoje para atender a demanda. De acordo com o órgão, são 520 linhas com uma frota aproximada de 2,4 mil ônibus, além das 64 linhas do sistema complementar, com uma frota de cerca de 300 micro-ônibus.

Fonte:  Triubna da Bahia.