sexta-feira, 16 de abril de 2010

De uma chance para você ...

Os indivíduos não andam mais, eles correm. Não almoçam, fazem lanche. Não praticam esportes, fazem exercícios. Não dançam, aliviam a tensão. Não viajam, fazem turismo. Não buscam conhecimento, se graduam. Não reúnem os amigos, fazem happy hour. Não passeiam, estão sempre atrasados. Nesta agitação chamada de “vida moderna” pode-se, tristemente, assistir o descuido do próprio homem por si mesmo. A mesma ansiedade e aceleração com que administra seus conteúdos internos, a civilização atual, se projeta no mundo externo. Busca aprimorar a velocidade e a potência de tudo que o cerca, do liquidificador aos foguetes. E é no meio de tudo isso que encontramos a sua grande paixão pelos automóveis. Quanto mais veloz e mais possante, mais atraente. Contudo, esta paixão tem trazido junto com sua maravilhosa performance muitas lágrimas e sofrimento, que podem vir a se transformar em aprendizado e conquistas, mas a um preço, talvez, desnecessário, os acidentes no trânsito. Os acidentes no trânsito são sempre situações de grande tensão e podem instalar ou desencadear traumas incapacitastes. Os traumas pós-acidentes são estudados, avaliados, diagnosticados e quando necessário, tratados de acordo com os fundamentos da psicopatologia para o atendimento dos casos de síndrome pós-traumática. A Psicologia Clínica diante desta realidade se une à Psicologia do Trânsito e se propõe a contribuir e amenizar a ameaçadora tarefa que se tornou o simples trafegar. Desta parceria nasce a psicologia no pós- sinistro. A psicologia no pós-sinisto não tem a função de julgar, punir ou condenar os indivíduos causadores ou vítimas de acidentes, mas sim, desempenhar o papel de orientador na re-organização de comportamentos em desajuste, buscando diminuir o número de acidentes ocorridos diariamente. Tem como objetivo auxiliar o acidentado na percepção de si mesmo como sujeito de seus processos, inclusive o de estar no trânsito, com tudo o que isso possibilite de confortável e/ou traumático. A Psicologia com sua participação profissional no pós-acidente busca contribuir com a diminuição dos comportamentos disfuncionais, devolvendo ao trânsito, um indivíduo mais consciente e multiplicador da responsabilidade da ação de estar no trânsito. Atuar no pós-sinistro é colaborar na imensa tarefa do homem, de se entender um ser de potencial infinito, até mesmo, e principalmente, no momento do seu re-construir.

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